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terça-feira, 7 de outubro de 2014

Aécio pode ser vítima da própria estratégia



Olá pessoal, depois de muito tempo, estou de volta e mais uma vez o assunto é política. Nesse domingo tivemos o 1º turno do pleito de 2014. Ficou definido que, para o cargo de presidente, teremos 2º turno entre os candidatos Aécio Neves (PSDB), que obteve 33,55% dos votos válidos (um total de 34.897.211 votos), e Dilma Rousseff (PT), que ficou com 41,59% (43.267.668 votos).

Não é novidade para ninguém (ou não deveria ser) que Marina Silva (PSB) entrou na disputa acidentalmente, após a morte de Eduardo Campos. Talvez pela comoção, aliada ao número de eleitores que migraram para a ex-senadora, as pesquisas no início da campanha apontavam Marina como um fenômeno, chegando por vezes a um empate técnico com Dilma Rousseff, até então líder isolada.

Aécio e sua equipe não estavam prontos para esse fenômeno, e por semanas viram Marina surfar na sua desorientação e ganhar espaço na disputa. Então a direção de campanha do PSDB decidiu abandonar, por ora, a estratégia traçada inicialmente, de críticas à atual administração, para voltar seus ataques à Marina, inclusive relacionando a sua figura ao PT. Essa estratégia rendeu aos tucanos a virada que eles esperavam para levá-los ao 2º turno, porém pode ser decisiva para a derrota no próximo dia 26 de outubro.

Aécio conseguirá reinventar sua estratégia mais uma vez?

Marina Silva saiu da disputa com 21,32% dos votos válidos (em números absolutos, 22.176.619 votos), e a migração dos seus eleitores será um fator determinante, como foi em 2010, na definição do próximo presidente da república. A estratégia adotada por Aécio para chegar ao 2º turno pode atrapalhar a migração dos votos de Marina para sua candidatura, apesar da sinalização da candidata do PSB favorável a um apoio ao tucano. Querendo ou não, boa parte do eleitorado brasileiro fica com "dor-de-cotovelo" quando seu candidato é atacado por outro e acaba adquirindo uma aversão por aquele que atacou.

Os "marineiros" vão migrar o suficiente para a vitória tucana? Essa é a questão. Além da possibilidade de aversão, a associação que Aécio fez entre Marina com o governo do PT pode levar boa parte dos "marineiros" a, de fato, se identificarem com a candidatura petista no 2º turno. Aécio terá que reinventar (mais uma vez) sua estratégia se quiser impedir que isso aconteça, inclusive se tiver o apoio oficial por parte de Marina Silva.

Posso estar falando bobagem, mas acredito que se Dilma ganhar esse pleito, muito terá a agradecer à estratégia de Aécio. Sobre o governo, penso que Serra estava certo quando disse que Dilma não daria conta em 2010. Agora em 2014, Aécio e outros candidatos estão certos quando dizem que esse governo fracassou. Como em 2010, minha migração será de Marina para 45, resta saber se dessa vez o resultado será diferente do que foi 4 anos atrás.

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